Cartografia Por Imagens em uma Experiência de Clínica

Nome: JANAYNA ARAUJO COSTA PINHEIRO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/03/2009

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CRISTINA MAIR BARROS RAUTER Examinador Externo
LEILA APARECIDA DOMINGUES MACHADO Orientador
MARIA CRISTINA CAMPELLO LAVRADOR Examinador Interno
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Suplente Interno

Resumo: RESUMO
A reforma psiquiátrica no Brasil vem passando por mudanças desde a efetivação e aprovação da Constituição, em 1988. O questionamento acerca do funcionamento do sistema de saúde era um indicativo da necessidade de pensar e construir outras práticas e saberes. O movimento de reforma conquistou dimensões políticas e lutou por um programa de saúde integral e descentralizado, bem como pela universalidade no acesso e a preservação da autonomia, contando com a participação da população no controle social. É sabido que a reforma defende a desmontagem dos hospitais psiquiátricos e a tomada de responsabilidade por parte da comunidade, entrelaçada pela rede de atenção psicossocial. Essa rede de atenção é composta não só pelos serviços assistenciais (Unidades Básicas de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial, Serviços Residenciais Terapêuticos, Hospitais Gerais, Programa Saúde da Família), mas também pelas escolas, trabalho, famílias, associações ou cooperativas, associações de bairro, vizinhos, praças e por que não? as ruas. Nesse sentido, a pesquisa buscou acompanhar os processos de transformação das subjetivações, por meio da perspectiva cartográfica e de imagens filmadas, nos caminhos percorridos pelos moradores dos Serviços Residências Terapêuticos localizados no bairro Santana, em Cariacica, Espírito Santo. O processo cartográfico ocorreu junto aos trajetos realizados pelos moradores, o que abriu discussão sobre o que temos chamado de clínica, sobre a rede de atenção em saúde mental e em que temos contribuído enquanto profissionais de saúde. Desde a inauguração das Casas, em 2004, têm-se construído dispositivos de interação junto à comunidade e estratégias de uso do que oferece a cidade. O registro das imagens ocorreu no próprio bairro, com aqueles que aceitaram ser filmados. A pesquisa teve como campo o espaço da rua e as produções de subjetividades que emergiram nesse contexto. As imagens tiveram como ênfase um olhar sobre o itinerário em ação e sobre as relações em processo nesse campo em transição. Consideramos os trajetos como efeitos do dispositivo-Casa e que por meio dele é possível ampliar a rede de atenção à saúde, bem como percorrê-la para além dos ditos serviços de atenção. A pesquisa convocou-nos a pensar sobre as conexões em processo e que podem expandir a vida; pensar e problematizar sobre o que chamamos de rede no âmbito da clínica em saúde mental; e ainda problematizar o que estamos chamando de clínica, e como essa prática em construção se põe a funcionar. Para tanto, partimos da articulação com a clínica sócio-institucional para dar visibilidade aos movimentos que expressam, que falam e que produzem encontros, imprevistos e experiências, deslocando as produções subjetivas estabelecidas. As mudanças vêm sendo construídas no cotidiano dos moradores da Casas desde sua saída do hospital e a cada saída que realizam das Casas para outro lugar. A mudança diz respeito não só à alteração de endereço, mas acontece também, a cada trajeto que esses moradores percorrem, nas relações que constroem com as pessoas e com o próprio bairro.
Palavras-Chaves: Clínica. Subjetividade. Saúde Mental. Cartografia. Arte. Cidade.

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