Narrativas (in)surgentes na Cidade-casa

Nome: ROSÂNGELA D´AVILA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/08/2010

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZABETH MARIA ANDRADE ARAGÃO Orientador
GILEAD MARCHEZI TAVARES Suplente Interno
LEILA APARECIDA DOMINGUES MACHADO Examinador Interno
LILIA FERREIRA LOBO Examinador Externo
LILIAN ROSE MARGOTTO Coorientador

Resumo: RESUMO

Este trabalho, fruto de uma pesquisa de mestrado, busca as dobras da superfície urbana para perscrutar o modo como as vidas que ali habitam experimentam a cidade. No aporte teórico que utiliza, a cidade não aparece como um fundo de tela pouco significativo, ao contrario, mostra-se como parte das microguerrilhas cotidianas tecidas pelos catadores e catadoras de materiais recicláveis que povoam seus nichos e lugares. Esses homens e mulheres são personagens que atravessam a superfície urbana, se detendo a todo instante para separar, recolher e reunir tudo aquilo que a cidade desprezou e jogou fora como lixo. Com seus passos zigue-zagueantes, são conduzidos não apenas pela necessidade de sobrevivência, mas também pelo desejo de não deixar esses restos se perderem. Desenham, assim, territórios subjetivos, sinalizados por marcos que se desmancham e se deslocam com o trajeto. Na tentativa de prospectar essas existências errantes, busca o olhar que rastreia as tramas micropolíticas que se desdobram na superfície da urbe, que pousa sem pressa nas imagens do comezinho, do não memorável; a escuta que se atém às palavras e ao ritmo dos discursos miúdos; o arrepio da pele diante do silêncio do indizível. As narrativas que emergem dessas expedições não compõem paisagens tranquilas, lineares, que assinalam a existência de espaços harmônicos e isentos de conflitualidade, longe disso, mostram lugares polissêmicos, plurais, que, mesmo agregados de conflitos e tensões, não deixam de exercitar a experiência de aceitação do outro na sua feiura, no seu corpo sujo e destroçado, na sua vida despudorada e imprudente. Em sua temporalidade pulsante, os habitantes desses espaços revelam tramas que afirmam a vida urbana como ela é: alegre, triste, aberta, soturna, efêmera e instável.

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