Habitando Sentidos no Encontro Com Jovens ‘‘capturados’’ Pelo Sistema de Justiça: um Estudo Sobre As Trajetórias de Vida de Adolescentes em Conflito Com a Lei Atendidos Pelo Programa Lac/psc de Vitória (es)

Nome: LUZIANE DE ASSIS RUELA SIQUEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 11/05/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GILEAD MARCHEZI TAVARES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CECÍLIA MARIA BOUÇAS COIMBRA Examinador Externo
ELIZABETH MARIA ANDRADE ARAGÃO Suplente Interno
GILEAD MARCHEZI TAVARES Orientador
LILIAN ROSE MARGOTTO Examinador Interno

Resumo: RESUMO

O presente trabalho trata de subjetividades produzidas por processos históricos, numa contemporaneidade norteada pela lógica capitalista neoliberal, baseada no consumo e na globalização da economia. Assim, entendemos que o que somos não é um retrato de nossa história individual e privada e sim produzida a partir do momento sócio-histórico no qual estamos inseridos. Pretendemos analisar os processos de subjetivação que compõem o adolescente em conflito com a lei (ACL) que passou pelo Programa de Liberdade Assistida/Prestação de Serviço à Comunidade (LAC/PSC) no Município de Vitória/ES, a partir da produção de sentidos construídos pelos próprios jovens. Salientamos que a escolha de jovens com passagem pelo Programa é ético-política. Primeiramente porque ao atuar no Programa e ser por ele afetada impõe-se a necessidade de refletir sobre as práticas profissionais voltadas ao atendimento dos jovens que passam pelo aparato policial-judiciário. Em segundo lugar mas entendendo como atravessamento principal da subjetividade adolescente em conflito com a lei porque entendemos que é a passagem pelo Sistema de Justiça que encaminha o jovem para tais programas que define um ACL. Para auxiliar nossas análises, utilizamos o conceito de circunscritores, adotado pela Psicologia do Desenvolvimento, na medida em que propomos lançar um olhar sobre as práticas desenvolvidas nos programas que nos parecem estar delineando modos de vida por meio de sua circunscrição. Apostamos na atuação do psicólogo como estrategista da vida, que visa construir, com os jovens, potência de ação, a possibilidade de habitar sentidos. Isso implica a aposta num projeto de vida que faça sentido para eles, não negando o sofrimento e as dificuldades. Enfatizamos que não se trata aqui de colocar os adolescentes que cumprem medida socioeducativa como vítimas (do sistema, da sociedade) ou vilanizá-los, compactuando com a visão determinista de que estão fadados ao fracasso ou ao crime. Entendendo que a investigação é sempre intervenção, produção de mundo, objetivamos produzir sentidos no encontro com jovens que passaram pelo Programa LAC/PSC, a partir da utilização da técnica de depoimentos de história de vida, pautada na metodologia da História Oral. Propomos a entrevista como algo que possibilita a ruptura com o habitual, uma vez que pode levar o entrevistado a refletir sobre algo nunca pensado, convocando-o a momentos de ressignificação, de produção de sentidos. Utilizamos três depoimentos de história de vida de jovens que passaram pelo Programa LAC/PSC. Consideramos que os programas públicos e/ou governamentais construídos para amparar a juventude pobre circunscrevem modos de vida específicos, tais como subjetividades criminosas. As trajetórias abordadas apontam para escapes, resistências e demandam uma atuação ético-política, que aposta na vida, nos acontecimentos e nas intensidades da vida.

Palavras chaves: Adolescência em conflito com a lei; Processos de subjetivação; Risco social; Circunscritores.

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