Modos de vida capital e produção de subjetividade: pesquisando modelizações e dissidências

Resumo: Trata o presente projeto de pesquisa da articulação conceitual entre os estudos da Psicologia de vertente institucionalista, e uma interrogação acerca da proximidade com os estudos de linhagem corporalista formativa.
Estes campos não estão diretamente vinculados, não raro esquizoanalistas se contorcem ao se deparar com a clínica corporal, ou corporalistas situam a esquizoanálise como encastelada em uma linguagem hermética, pouco afeita aos movimentos sensíveis.
Estes campos, aliás, por vezes, encontram-se dissociados, como se fosse uma “quase heresia” por um lado fazer falar o corpo e suas experimentações, corporificando os conceitos da esquizoanálise, e por outro, ou conceituar filosoficamente, e numa perspectiva crítica, que não há o corpo em si mesmo, situando-nos corporificadamente numa história social e coletiva.
Amplamente divulgada no Brasil desde os anos 70, cujo interesse versa diretamente sobre uma análise das práticas, um posicionamento crítico acerca dos modos de existir vigentes no contemporâneo, e que implica para a psicologia um contínuo olhar para os efeitos de seus ditos, de seus não-ditos, a Esquizoanálise consolidou a partir dos estudos de Foucault, Deleuze e Guattari, e tem no Brasil, uma vasta produção de continuidade, de divergência e de atualização dessa bibliografia para os tempos atuais.
Este projeto, visa situar como a Esquizoanálise contribui para uma genealogia do corpo, para a dissolução das dualidades mente-corpo, lançando-nos a um campo conceitual, que auxiliam as práticas corporalistas, como: produção de subjetividade, territórios existenciais, relação saber/poder/relação do sujeito com a verdade; análise do presente, modos de vida capitalísticos, bem como suas capilarizações.
Mas o que pode a clínica corporal formativa, aliançada principalmente nas práticas de Stanley Keleman, ao se aproximar da Esquizoanálise?
O corpo, esse em que estamos, não é o que nos leva de um ponto a outro, não é o que padece, ele é palco, cena e ator dos acontecimentos, das modelizações e dos modos de vida capital, e de um plano sensível, acessível, a ser realçado e relançado enquanto experiência do vivo e das resistências. O que pode uma clínica corporal quando compreendida e corporificada como uma ética, uma estética, e uma política, como um plano comum e não um terreno de queixas individuais?

Data de início: 24/06/2024
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papel Nomeordem decrescente
Coordenador ANA PAULA FIGUEIREDO LOUZADA
Aluno Doutorado OZILENE PEREIRA CLEMENTE
Acesso à informação
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