Cenas do Ofício: experiência dialógica em clínica do trabalho
Nome: MARIE JULIE BRAGA FERREIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/05/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS | Orientador |
Resumo: RESUMO
A partir da perspectiva teórico-metodológica da Clínica da Atividade, alinhamo-nos acompreensão do trabalho como um meio de ação para os sujeitos, uma fonte deexpressão, de vida, um objeto tecido a cada situação, construído e reconstruído naatividade. Nesse sentido, tomamos a dimensão vivida do trabalho como a experiênciaque se passa no instante em que, a organização do trabalho, com suas normas, porta umapotência de agir sempre em vias de ser aumentada e/ou diminuída, reinventando-se e/ouenrijecendo-se. O trabalho como objeto de estudo é, aqui, considerado nessa dimensãode experiência que está sempre por se dar, por se experimentar entre trabalho prescritoe trabalho realizado.Seguindo esta direção, colocamos em análise o gênero profissional psicóloga daassistência social em uma instituição militar, a partir do campo problemático queemerge no conflito entre as angústias vivenciadas pela trabalhadora em seu trabalho e odelinear da pesquisa, transformando essas angústias em diálogos, como método paraanálise do trabalho. Neste processo, a trabalhadora se coloca como pesquisadora de seuofício. Portanto, tomamos a demanda da trabalhadora, com suas angústias frente a suaprática e ao seu contexto de trabalho, em transformação no contexto da pesquisa, paracuidar do ofício.Inspirado nos métodos propostos pela Clínica da Atividade autoconfrontação einstrução ao sósia propomos dois momentos de análise para o gênero profissional emquestão, o primeiro, o diálogo entre trabalhadores de gêneros profissionais diferentes, e,o segundo, o diálogo entre trabalhadoras do mesmo gênero profissional. Tomamos,entretanto, estes dois momentos dialógicos como um exercício de uma atividade aoquadrado, ao se metamorfosearem em cenas, onde se faz questão aos previsíveisgenéricos do ofício, em uma releitura daquilo que, minimamente, nos ampara para agirou nos paralisa enquanto autores do ofício. Desta forma, propomos a escrita comoinstrumento para análise da dimensão transpessoal do ofício, tendo como diretriz aexperiência da escrita como uma ressignificação genérica da experiência do labor,funcionando como um dispositivo para o reposicionamento entre pesquisadora etrabalhadora, ao colocar a trabalhadora em cena para ressignificar as narrativas,confrontando-as e separando-se delas, em um exercício de mobilização do gêneroprofissional.Palavras-chave: Atividade - gênero profissional - ofício.