PUTAS NARRATIVAS: TERRITÓRIOS DA PROSTITUIÇÃO E
PUTAFEMINISMO
Nome: ADRIELY DE OLIVEIRA CLARINDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/02/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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JÉSIO ZAMBONI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADRIANA GRACIA PISCITELLI | Examinador Externo |
ALEXSANDRO RODRIGUES | Examinador Interno |
JÉSIO ZAMBONI | Orientador |
Resumo: Debates, ponderações, análises críticas sobre feminismos e perspectivas
universalizantes sobre a prostituição entremeiam-se a narrativas das experiências das
prostitutas que visam à desestabilização dos conceitos prontos e generalistas sobre o
assunto. De inspiração putafeminista, esta pesquisa constrói-se junto às perspectivas
das putas sobre seu próprio trabalho e modo de viver. Afirmando prostitutas como
agentes produtores de conhecimento, utilizo a metodologia feminista, a partir da
concepção de Donna Haraway sobre perspectiva parcial e saberes localizados, que
pauta-se na afirmação de que pesquisadores feministas possuem uma perspectiva
construída por um corpo marcado, e que constroem uma pesquisa por meio de uma
percepção que se dá a partir de um determinado lugar. Para levar os leitores aos
puteiros pesquisados, assim como trazer os puteiros para a academia, e traduzir os
saberes localizados nas zonas pesquisadas, entrelaço a metodologia feminista ao
modo de narração proposto pelo filósofo Walter Benjamin, que possibilita uma outra
forma de olhar para a historiografia vigente, e contestar as narrativas hegemônicas
sobre prostituição. Esta dissertação é construída em movimento, por uma psicóloga
prostituta e pesquisadora que caminha entre três diferentes cabarés de diferentes
modos e condições de trabalhos, exercendo o trabalho sexual, enquanto pesquisa
junto às suas colegas de trabalho sobre suas experiências. Entre viagens de cabarés
à universidade, saberes da putaria, os quais denominei como saberes burlativos, são
afirmados, de modo a contestar a ideia de que em puteiros não existem práticas
feministas. Além disso, modos de vida são analisados e narrados como meio de
demonstrar que prostitutas não apenas sobrevivem, mas vivem, e que na putaria há
inventividade.
Palavras-chave: prostituição, putafeminismo, narratividade