IMAGENS DE UMA CAÇAMBETEIRA: UMA NARRATIVA FEMINISTA DO HOSPÍCIO COLÔNIA DE BARBACENA-MG

Nome: JÉSSICA TATIANE FELIZARDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 15/10/2021
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
JÉSIO ZAMBONI Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
LUZIANE DE ASSIS RUELA SIQUEIRA Examinador Interno
JÉSIO ZAMBONI Orientador
HELIANA DE BARROS CONDE RODRIGUES Examinador Externo
ALEXSANDRO RODRIGUES Examinador Interno

Resumo: O presente trabalho tem como finalidade traçar a alegoria de uma narradora caçambeteiratrapeira, que ouviu memórias de subjetividades “locas” mal comportadas, que tiveram
experiências com o trem de louco. As experiências transmitidas que compõem a pesquisa
sustentam rastros de um território, que diz de uma cidade, Estado, País. Nesse contexto,
são memórias não individualizadas, e sim coletivas, que marcam a história de um povo e
problematizam a histórica única e hegemônica de vidas exiladas no hospício Colônia de
Barbacena-MG. Nesses termos, a produção de “cenas analisadoras” da pesquisa compõem
uma narrativa feminista, de um grupo de mulheres que regorjeiam cantos, protocolos e
dispositivos clínicos, saberes, resistência e força de existir e fabricar a existência, não parte
de uma escrita sem implicação, mas da arquivivência. A prática discursiva para a
formulação das narrativas partiu dos encontros com o narrador Adilson Casarino e
narradoras: Libia Vilas Boas, Maria Madalena Casarino, Maria das Dores de Souza, Vera
das Dores, Thereza das Dores, Carla de Jesus. As entrevistas sucederam no Estado de
Minas Gerais, nas regiões de Lavras, Perdões, Cerradinho, São João Del-Rei. O encontro
com os arquivos-vivos é uma exaltação da arte de contar estórias. De tal modo, as trapaças
e o ofício estético-político de uma narradora caçambeteira ganham força quando se
encontra com Walter Benjamim, Judith Butler, Michel Foucault, Jota Mombaça entre
outros autores. Com efeito, a ética de uma narradora é ter ouvidos de uma caçamba de lixo,
que ao recolher memórias, deseja contar, narrar histórias sobre o trem de doido, que
capturou subjetividades “loucas”, “insubmissas” frente á produção de discursos
ocasionados por vontades de verdade de práticas comandadas pelo padrão.
Palavras-chave: Feminismo; Subjetividade; Loucura; Narrativa

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