Quando o fio da escuta tremula: divagações sobre invenções cotidianas do fazer clínico em tempos pandêmicos
Nome: MARIANA MACHADO E SOUSA
Data de publicação: 07/12/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ANALICE DE LIMA PALOMBINI | Examinador Externo |
LUIS ANTONIO DOS SANTOS BAPTISTA | Presidente |
LUZIANE DE ASSIS RUELA SIQUEIRA | Examinador Interno |
Resumo: A pesquisa, da qual resulta esta dissertação, se propôs a ouvir as memórias de psicólogos clínicos, que durante a pandemia de COVID-19, passaram a atender de modo online ou remoto, confiando na possibilidade de criação de espaços de compartilhamento de experiências, que colocassem em risco determinados modos de fazer clínica. Na tentativa de encontrar porosidade, em meio às cristalizações e engessamentos reativos, advindos dos confrontos, com as novas disposições de realidade, a que o vírus nos expôs, buscou-se ter notícias, de que modo, as escutas se abalaram com a Pandemia-Acontecimento e seu caráter intempestivo. Amparado no trabalho com a memória, imagem e montagem de inspiração benjaminianas, em diálogo com as noções de cuidado de si, em Michel Foucault e de processos coletivos de singularização, em Deleuze e Guattari, problematizou-se os processos de subjetivação contemporâneos e seus efeitos sobre o fazer clínico no contexto pandêmico brasileiro. A memória que buscou-se retomar, através da escuta fio-a-fio, exercício muito próximo ao que se dá no encontro clínico, se inspira na artesania e na abertura ao encontro com o outro, em sua potência de ato criativo e imprevisto. Em uma proposta de escrita que não teve a intenção de explicar ou inventariar algo para a posterioridade, mas que buscou abrir um rasgo no presente, para que a vida pudesse se oxigenar, se nutrir de novo e vicejar. Escrita em travessia, que entre as dores e esquecimentos de nosso tempo, buscou se realizar como um rito de passagem e como um ato de resistência.